quinta-feira, 24 de novembro de 2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Discriminação.

Até aonde vai o seu preconceito ?

Pensamento.

"Quando somos crianças não temos o preconceito na gente,com o passar do tempo, com a convivencia, com o mundo, acabamos nos tornando preconceituoso de alguma forma. que cada um tem o preconceito dentro de ti, porem uns deixam que isso interfira na sua vida com o outro , construindo barreiras entre as pessoas."


O Mito da Democracia Racial.

 Carlos Hasenbalg afirma que desde o final do Segundo Império e início da República já se acreditava que o Brasil teria escapado do problema do preconceito racial. Explica que tal concepção tem origem na comparação feita com a situação racial observada nos Estados Unidos da América daquela época.
Acrescenta, Hasenbalg, que conclusões semelhantes eram tomadas pelas elites de outros países da América Latina, quando comparavam suas realidades com a estadunidense.
Entretanto, explica Hasenbalg, diferentemente dos padrões raciais encontrados nos Estados Unidos, no Brasil e em outros países latino-americanos, estas parecem possuir dois pontos centrais:
§  O primeiro deles é o embranquecimento, ou ideal do branqueamento, entendido como um projeto nacional implementado por meio da miscigenação seletiva e políticas de povoamento e imigraçãoeuropéia.
§  O segundo é a concepção desenvolvida por elites políticas e intelectuais a respeito de seus próprios países, supostamente caracterizados pela harmonia e tolerância racial e a ausência de preconceito e discriminação racial.
Thomas E. Skidmore entende que a tese do branqueamento baseia-se na presunção da superioridade branca. Afirma que essa corrente vê na miscigenação a saída para tornar a população mais clara, por acreditar que o gene da raça branca prevaleceria sobre as demais e que as pessoas em geral procurariam por parceiros mais claros do que elas. Assim afirmavam que o branqueamento produziria uma população mestiça sadia, capaz de tornar-se sempre mais branca, tanto cultural como fisicamente.
Por esse motivo, segundo Florestan Fernandes, o ideal da miscigenação era tido como um mecanismo mais ou menos eficaz de absorção do mestiço. O essencial, no funcionamento desses mecanismos, não era nem a ascensão social de certa porção de negros e de mulatos, nem a igualdade racial, mas, ao contrário, a hegemonia da raça dominante.
Refletindo o ideal citado, João Batista de Lacerda, diretor do Museu Nacional, e único latino-americano a apresentar um relatório no I Congresso Universal de Raças, em Londres, no ano de 1911, chegou a afirmar que: no Brasil já se viram filhos de métis apresentarem, na terceira geração, todos os caracteres físicos da raça branca[...]. Alguns retêm uns poucos traços da sua ascendência negra por influência dos atavismo(...) mas a influência da seleção sexual (...) tende a neutralizar a do atavismo, e remover dos descendentes dos métis todos os traços da raça negra(...) Em virtude desse processo de redução étnica, é lógico esperar que no curso de mais um século os métis tenham desaparecido do Brasil. Isso coincidirá com a extinção paralela da raça negra em nosso meio.
O ideal da miscigenação adquire nova roupagem, segundo Martiniano J. Silva , com a obra "Casa Grande e Senzala", escrita pelo historiador e sociólogo Gilberto Freyre, passando a ser vista como mecanismo de um processo, o qual tem como fim a democracia racial.
Segundo Clóvis Moura, Gilberto Freyre caracterizou a escravidão no Brasil como composta de senhores maleáveis e escravos conformados. O mito do bom senhor de Freyre é uma tentativa no sentido de interpretar as contradições do escravismo como episódio natural, algo extremamente condenável, porém, que resultou na construção de uma identidade racial notável.
Explica Martiniano J. Silva que a miscigenação é um velhíssimo processo de enriquecimento racial e cultural dos povos, capaz de gerar civilizações, e que ocorre de forma livre e democrática. Afirma que historicamente a miscigenação de raças no Brasil "nunca foi tratada e nunca existiu como um processo livre, espontâneo, e, portanto, natural, de união entre dois povos." Ao contrário, como reafirma Silva , a dignidade da mulher negra foi violentada, atingindo sua honra no âmbito moral e sexual, através de uniões mantidas a força, sob a égide do medo, da insegurança, onde as crianças eram concebidas legalmente sem pai, permanecendo no status de escrava, não havendo assim nenhum enriquecimento racial e cultural de civilização alguma. Conclui dizendo que é preciso que não se confunda a descaracterização de um povo pela violência sexual com a hipótese de uma democracia racial. No entanto, são também verificados ao longo da história brasileira inúmeros casos de negras casadas com brancos, negras que dormiam com os senhores por sua própria iniciativa, e negras cortejadas e tratadas como princesas por senhores brancos. O que não foi muito comum no período, deve-se acrescentar, eram homens negros com mulheres brancas.
Acreditando na tese da democracia racial no Brasil, relata Sylvio Fleming Batalha da Silveira que os cientistas sociais estado-unidenses Donald Pierson e Marvin Harris, realizaram em 1945 e 1967, respectivamente, estudos sobre as relações sociais no Brasil. Apesar de inicialmente, segundo Silveira, terem constatado a grande disparidade existente entre negros e brancos no que se refere à localização na estratificação social, continuaram, entretanto, sustentando a tese da democracia racial.
Como esclarece Silveira, a comparação com os Estados Unidos da América foi a tônica dos estudos dos dois pesquisadores. Ao constatar a inexistência de um sistema racial claramente bipolar, como nos Estados Unidos, Pierson concluiu que praticamente não havia problemas raciais no Brasil. Harris, embora não comungasse da idéia de um "paraíso tropical", classificou a discriminação existente como de classe e não de raça. Assim, nessa visão, o indivíduo negro ocupava as posições mais baixas na estratificação social, não porque sofresse discriminação de raça, mas sim pela condição de pobreza de seus ancestrais.
Analisa Silva que tais conclusões tomadas pelos estado-unidenses, se devem ao fato de não disporem de elementos históricos e críticos para avaliarem a realidade brasileira, aceitando, dessa maneira, facilmente a idéia de que predominava no Brasil o preconceito de classe e não o de raça. Assim, segundo o autor, "só acidentalmente, e sem nenhuma relevância, existiria o fato de que o negro e o mulato concentram-se nas classes proletárias ou mais pobres do campo e da cidade, da pequena e da grande aglomeração urbana." As conclusões tomadas pelos estado-unidenses, contudo, podem ser avaliadas com propriedade. Não seria acidente que a maioria da população desfavorecida seja mulata ou negra, não foi isso de fato o afirmado. A pobreza dos negros seria explicada pela herança de seus pais, e dos pais desses, por sua vez. Não se trataria de acidente, mas de herança social.
A questão no Brasil hoje é polêmica. Veem-se setores da sociedade tentando por todos os meios colocar a questão racial no Brasil como um problema gravíssimo, enfatizando a tese de que a "democracia racial" seria um "mito". Pode-se dizer que não há "democracia racial" no Brasil; contudo, não pelo fato de haver desentendimento entre as raças, mas sim pelo fato de não haver uma democracia efetivamente sólida de modo geral entre a população, seja ela branca, negra ou mestiça. Muda-se o fator causal da desigualdade, tentando colocar a desigualdade social, que em grande parte coincide, pela própria conjuntura história, com a estratificação étnica, como proveniente de um "racismo encoberto". Um negro no Brasil não deixa de entrar em uma universidade porque é negro, visto que ninguém lhe pede a especificação de sua "raça" no formulário, como acontece em várias partes dos EUA. Um "negro", em comparação com um "branco", tem menos ingresso em universidades públicas porque não consegue atingir a nota exigida; e isso se dá porque os "negros", em sua maioria, é que estudaram em escolas públicas, com ensino de baixa qualidade, no geral. O negro é excluído porque é pobre, e não porque é negro. E é pobre porque seus pais foram pobres, remetendo a uma cadeia que chega até a época da escravidão no Brasil. É importante não confundir herança social com racismo, o que poderia gerar graves questões no país, como a sua divisão em duas "nações", à semelhança do processo verificado em países como EUA e África do Sul.
Clóvis Moura, apresentando uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE no recenseamento de 1980, verificou que os não brancos, ao serem inquiridos sobre qual seria a sua cor, definiram-se em regra de modos variados, surgindo nas respostas um total de cento e trinta e seis cores diferentes. O que demonstra que a divisão bicolor entre brancos/negros não tem qualquer relevância na ideia do cidadão brasileiro, que vive sem se preocupar em definir a si mesmo de que grupo "racial" ele faz parte.
Enquanto num país como os EUA questões como "raça" são primordiais, constando em todos os formulários, escolares, empregatícios, etc. a pergunta -raça-, em que o cidadão precisa declarar a que grupo pertence, ou a que "nação", segregada, deve pertencer, no Brasil tal exigência não faria qualquer sentido e chegaria mesmo a ser ofensiva.


Fatos alegados pelos críticos

§  Segundo dados do Censo de 2000 promovido pelo IBGE, o Brasil possui 169,8 milhões de habitantes, dentre os quais 76,4 milhões seriam pessoas negras (pardos e pretos), o que corresponde a 45% dos habitantes, o que tem levado à afirmação de que o Brasil seria a segunda maior nação negra do mundo fora do Continente africano, como informa Jaccoud e Beghin, o que tem sido contestado pelo movimento mestiço que entende que esta idéia despreza as populações mestiças (pardas) de regiões como a Amazônia, onde os caboclos formam a absoluta maioria dos pardos, e também a auto-identificação dos mestiços afrodescendentes. A pesquisa peca ao tomar as várias respostas não-brancas, mas também não-negras, como sinônimas de "negro", caindo na tradição norte-americana de classificar todos os não-brancos "puros", como negros. A pesquisa segue uma tendência vista recentemente de tentar instaurar no Brasil uma dicotomia racial à semelhança da norte-americana. Verifica-se uma disseminada tendência de acirrar os ânimos "raciais" no país, com vias a criar uma certa luta de "classes", destruindo assim a maior obra realizada no Brasil: o pleno convívio das raças, em que as famílias compõem-se de pessoas de todas as cores e feições sem que ninguém, via de regra, as estranhe. Ao brasileiro a homogeneidade humana é algo estranho.
§  Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), constante na obra de Ricardo Henriques, um de seus pesquisadores, revelam que o Brasil possui um contigente de 53 milhões de pobres e 22 milhões de indigentes. Verificou-se que os negros em 1999 representavam 64% da população pobre e 69% da população indigente. Os brancos por sua vez, sendo 54% da população total brasileira, representavam 36% dos pobres e 31% dos indigentes. A situação claramente se coloca como a herança ainda não apagada do passado desestruturado da escravidão.
§  Segundo o pesquisador Henriques o "nascer negro no Brasil está relacionado a uma maior probabilidade de crescer pobre."


O Preconceito Racial

O preconceito racial é o que mais se abrange em todo o mundo, pois as pessoas julgam as demais por causa de sua cor, ou melhor, raça. Antigamente, era comum ver-se negros africanos acompanhados de belas louras nórdicas ou de outras partes da Europa. Não existia o menor preconceito entre esses casais nem em relação a eles. Para os brasileiros, porém, era algo inédito e escandaloso; faziam-se piadas insinuando que o sucesso dos negros se devia ao fato de que eram muito bem dotados anatomicamente para o sexo. Uma visão preconceituosa típica, que procurava desqualificar o negro e que escondia, às vezes, uma boa dose de inveja.Os negros e asiáticos que iam estudar na Europa, no entanto, possuíam uma cultura igual ou superior a de qualquer estudante branco, uma vez que haviam freqüentado boas escolas em seus países, indo finalmente aprimorar seus estudos na Europa ou nos Estados Unidos. Não havia nenhuma desigualdade que dificultasse uma estreita convivência entre eles.
No Brasil, pretende-se erradicar o preconceito racial ou racismo com leis. Só a educação poderá esclarecer a todos, sobretudo aos brancos, o que representou para a raça negra o que lhe foi imposto pelo tráfico escravista. A Igreja se julgava com o direito de catequizar aqueles que nada sabiam da religião católica. O Governo nada fez, depois da Abolição, para dar aos ex-escravos condições de estudar e conquistar um lugar na sociedade. O Brasil está muito longe de ser um país onde todos sejam iguais. O espaço e a visibilidade que o negro tem em nossa sociedade, não permitem que ele sirva de referência. Estudos realizados pelo IBGE mostram que no Brasil os brancos recebem salários superiores, cerca de 50%, aos recebidos pelos negros no desempenho das mesmas funções, e que o índice de desemprego desses também é maior. No campo da educação, o analfabetismo, a repetência, a evasão escolar são consideravelmente mais acentuados para os negros.
No Brasil, a porcentagem de quem se declara de cor Branca é maior, sendo eles 47,7 % e se destacando mais na região Sul de nosso país. Em seguida, vem a população de cor Parda, com 43,13 % e com maior parte na região Norte. Depois, em menoria, quem se declara de cor Preta é 7,61% da população, sofrem com o preconceito racial e estão em maior parte na região Sudeste do Brasil.
Com tudo isso, percebemos que o preconceito é um dos problemas mais graves em todo o mundo, e que as pessoas precisam se conhecerem melhor, independente de cor ou raça, sendo branco, preto, índio ou qualquer outro tipo, devemos respeitar e zelar pelo próximo.

A Origem do Racismo no Brasil

No dia 13 de Maio em 1988, a Princesa Isabel assinou o decreto para à abolição da escravidão, era a Lei Áurea que entrava em vigor. Os negros acreditavam que todos os seus anos de sofrimento e humilhação iriam acabar, mas não foi bem assim que aconteceu. Até hoje, em pleno século XXI, o racismo existe e isso é algo lamentável.
Acredita-se que o surgimento do racismo no Brasil começou no período colonial, quando os portugueses chegaram aqui e trouxeram os primeiros negros ( vindo principalmente da região onde atualmente se localizam Nigéria e Angola). Eles tinham dificuldades em escravizar os primeiros habitantes que habitavam a nossa região, então usaram os negros para servirem de escravos nos engenhos de cana-de-açúcar. Ninguém interviu contra isso e daí pra frente o preconceito só aumentou. A Igreja Católica que nesse tempo detinha muito poder, nada fez também contra a escravidão, pelo contrário, acreditava que os trazendo da África para o Brasil seria mais fácil cristianizá-los.
A ideia do "sangue-puro" também provém desses tempos, em que os nobres de pele pálida com as veias a mostra, se achavam superiores aos de pele escura. Eles acreditavam que existiam seres somente para o trabalho e que eles não tinham alma nem sentimentos.
Várias associações aos negros foram surgindo, e alguns negros acabaram aceitando e se conformando com o destino que supostamente Deus tinha dado a eles. Essa era a concepção que muitos tinham, pelo fato da Igreja e os brancos viverem afirmando isso. Sabe-se que a abolição foi um processo lento e que passou por várias etapas antes da sua concretização. E quando finalmente foi decretada a abolição, não se realizaram projetos de assistência ou leis para a facilitação da inclusão dos negros à sociedade. Então podemos dizer também que o racismo está bastante ligado ao social humano.

Atualmente, é fato que muita coisa mudou, vários avanços aconteceram, o homem evoluiu e a maioria deles têm consciência de que o respeito ao próximo é fundamental e que preconceito é burrice. É comprovado que não existe raça superior ou inferior, a nossa essência é igual. Mas é difícil tirar a ideia que há anos é refletida na nossa sociedade, mas se fizermos um esforço com nós mesmo primeiramente, podemos partir para uma pequena mudança com os outros.
Infelizmente ainda existem pessoas presas à ideais preconceituosos, seja por caráter religiosa, social ou político. E isso é o mais difícil de mudar.
A sociedade secreta Ku Klux Klan e os skinheads ( os do movimento "cabeças-raspadas" ) são exemplos disso, que ainda hoje estão em ação humilhando e matando negros, acreditando que assim tornarão o mundo melhor.
Até aqui no Nordeste, há casos relatados de racismo e que são inaceitáveis. E o que fazer?
Devemos nos desprender desses conceitos preconceituosos e desrespeitosos em todos os âmbitos, e fazer com que não julguemos nossos semelhantes. Pode ser otimismo demais de minha parte, pois isso já vem de séculos e o sistema já está formado, o que dificulta mudanças. Mas com certeza todos nós seríamos humanos melhores agindo dessa forma e tendo consciência de que o racismo e o preconceito em geral deve acabar de vez. E para aqueles que se dizem pregadores da paz e o amor, deveriam saber que o respeito vem depois.